Resposta de cultivares de batata a níveis crescentes de NPK
Palavras-chave:
Solanum tuberosum L., adubação, BRS Ana, BRS CamilaResumo
A cultura da batata apresenta capacidade de resposta à adubação mais elevada que a de outras culturas. No
entanto o uso exagerado de fertilizantes pode resultar no aumento do custo de produção e promover o desequilíbrio
nutricional da planta, além da contaminação do ambiente. Desta forma, objetivou-se avaliar a resposta de cultivares de
batata, melhorados e introduzidos, à aplicação de doses crescentes de NPK quanto à produtividade, ao peso específico
e à coloração de fritura. O experimento foi realizado em Latossolo Vermelho Distrófico, em Canoinhas, SC, na
primavera de 2014. Os tratamentos constaram de quatro doses de fertilizante NPK 04-14-08: 0, 3, 6 e 9 t ha-1 aplicadas no
plantio. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, em arranjo de parcelas subdivididas, com três repetições,
sendo as parcelas constituídas pelos cultivares e as subparcelas pelas doses de NPK. Após 120 dias do plantio,
as variáveis foram avaliadas e analisadas estatisticamente (ANOVA e regressão polinomial). As doses crescentes de
adubo NPK resultaram no aumento do número e do tamanho dos tubérculos, porém sem alteração do peso específico.
Houve melhoria da coloração de fritura para todas cultivares, exceto para BRS Ana, com coloração mais clara. Os
cultivares melhorados para as condições locais, BRS Ana e BRS F63 Camila, foram mais produtivos do que os cultivares
introduzidos, Agata e Asterix, tanto com doses de adubo maiores, quanto menores, tendo sido o cultivar BRS F63
Camila o mais responsivo ao aumento da adubação. Dependendo do cultivar, a máxima viabilidade técnica estimada
atingiu o valor máximo testado de 9,00 t ha-1 de NPK na formulação 04-14-08, como no caso de BRS F63 Camila, porém
a máxima viabilidade econômica variou de 5,77 a 9,00 t ha-1.
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