Viabilidade agroeconômica do consórcio de taro e pepino em função do arranjo de plantas

Autores

  • João Nacir Colombo Instituto Federal do Espirito Santo - Campus Santa Tereza
  • Mário Puiatti Universidade Federal de Viçosa
  • Jaime Barros da Silva Universidade Federal de Viçosa
  • Janiele Cássia Barbosa Vieira Universidade Federal de Viçosa
  • Geovani do Carmo Copati da Silva Universidade Federal de Viçosa

Palavras-chave:

Colacasia esculenta, Cucumis sativus, rentabilidade, sustentabilidade, agricultura familiar.

Resumo

A cultura do taro, devido apresentar rusticidade em relação a fatores ambientais e biológicos adversos e ciclo longo, se torna uma cultura bastante interessante para o cultivo consorciado. Objetivou-se avaliar a viabilidade agronômica e a rentabilidade econômica do consórcio taro e pepino. O experimento foi conduzido a campo, no período de outubro/2012 a junho/2013. Constou de sete tratamentos resultantes de três cultivos consorciados do taro e pepino, estabelecidos em um espaçamento de 30 cm entre plantas, com uma planta/cova e dois no espaçamento de 60 cm entre plantas com duas plantas/cova, opostas entre si e opostas alternadas entre si e quatro monoculturas, sendo três de pepino e um de taro. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições. Foram determinados os parâmetros da fluorescência da clorofila, produtividade das culturas e indicadores econômicos. Os consórcios favoreceram a produção de pepino, mas afetaram a do taro. Todos os consórcios foram agronomicamente viáveis por apresentarem Uso Eficiente da Terra acima da unidade, além de renda bruta superior ao controle e da entrada de recursos antecipada com a colheita do pepino; entretanto, devido ao baixo valor de mercado para o pepino por ocasião da colheita, a renda líquida não diferiu do monocultivo do taro. Os parâmetros da fluorescência da clorofila podem explicar, em parte, os menores valores de produção de rizomas de taro foram obtidos nos tratamentos em associação com pepino.

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Publicado

2018-12-20

Edição

Seção

PRODUÇÃO VEGETAL