Composição química da semente da faveleira (Cnidoscolus phyllacanthus) em diferentes períodos climáticos

Autores

  • Jovilma Maria Soares de Medeiros Universidade Federal Rural do Semi-Árido
  • Penha Patrícia Cabral Ribeiro Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Erika Paula Silva Freitas Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Jéssica Anarellis Barbosa dos Santos Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Karla Suzanne Florentino da Silva Chaves Damasceno Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Palavras-chave:

valor nutritivo, favela, caatinga, semiárido

Resumo

Na vegetação da caatinga a Cnidoscolus phyllacanthus, popularmente conhecida como favela ou faveleira, destaca-se por ser uma planta altamente resistente a seca e de alto teor nutricional, apresentando diversas aplicações. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de diferentes períodos climáticos na composição química da semente da faveleira da região Seridó/RN. As sementes, separadas em 3 lotes por períodos climáticos diferentes (lote 1 - época chuvosa; lote 2 - estiagem inicial; lote 3 - estiagem prolongada), foram trituradas e analisadas quanto aos teores de umidade, cinzas, lipídios, proteínas e carboidratos. Verificou-se que as sementes da faveleira apresentaram predominância de lipídios e de proteínas. Na análise de umidade observou-se diferença significativa (p<0,05) entre todos os lotes, o teor de cinzas teve um aumento significativo (p<0,05) entre os lotes 1 (4,67±0,18) e 3 (4,96±0,08), na análise de proteínas o lote 3 (30,42±1,63) apresentou o maior teor e diferiu significativamente (p<0,05) dos demais. Quanto aos lipídios houve diferença significativa (p<0,05) entre os lotes, sendo o lote 2 (21,57±0,37) o que apresentou o menor teor. Em relação aos carboidratos também houve diferença significativa (p<0,05) entre os lotes, sendo o lote 1 (14,37±1,83) o de menor teor e o lote 2 (39,17±0,52) o de maior. As diferenças observadas entre os lotes ocorreram, em virtude de as sementes terem sido colhidas em períodos climáticos diferentes. A partir dos dados encontrados tem-se a faveleira como um alimento de elevado valor nutritivo a qual se devem verificar as melhores formas de utilização.

Biografia do Autor

Jovilma Maria Soares de Medeiros, Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Mestranda em Ciência Animal

Departamento de Ciências Animais

Penha Patrícia Cabral Ribeiro, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Mestranda em Nutrição

Departamento de Nutrição

 

Erika Paula Silva Freitas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Mestranda em Nutrição

Departamento de Nutrição

 

Jéssica Anarellis Barbosa dos Santos, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Técnica do Laboratório de Análise de Alimentos

Departamento de Nutrição

 

Karla Suzanne Florentino da Silva Chaves Damasceno, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Profa. Doutora do Departamento de Nutrição

Área Ciências de Alimentos

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Publicado

2018-12-20

Edição

Seção

CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS