Crescimento de Lonchocarpus cultratus (Vell.) A.V.G. Azevedo & H.C. Lima (Fabaceae) mantidos em diferentes condições de sombreamento e disponibilidade hídrica
Palavras-chave:
área foliar, clorofila, colonização micorrízica, massa seca, nodulaçãoResumo
Dentre os fatores ambientais, a luz e a disponibilidade hídrica são alguns dos fatores que mais influenciam o crescimento e desenvolvimento das plantas. A capacidade de aclimatação ao sombreamento e tolerância a períodos secos pode ser verificada através da avaliação dos parâmetros de crescimento. Lonchocarpus cultratus, conhecido com embira – sapo é uma espécie arbórea, heliófita, abundante em diversas áreas do sul e sudeste do Brasil. Com o objetivo de avaliar o crescimento de L. cultratus em diferentes níveis de sombreamento e disponibilidade hídrica foi conduzido experimento em casa de vegetação, no qual as plantas foram mantidas em plena luz (PL) e a 50% e 80% de sombreamento e sob duas condições de disponibilidade hídrica (irrigação diária - ID e duas vezes por semana - NID). Foram avaliados aos 30, 60 e 90 dias após a emergência (DAE), os parâmetros altura, comprimento da raiz, massa seca das folhas, do caule e da raiz e quantificou-se o teor de clorofila a, b e total, além da colonização micorrízica e nodulação. Observou-se a morte de plantas jovens mantidas a PL+NID, logo no início de seu crescimento. Aos 90 DAE observou-se maior altura e menor massa seca da raiz das plantas mantidas sob 80%ID, evidenciando estiolamento das plantas devido à redução da intensidade luminosa, e maior investimento da planta na parte aérea, diminuindo o crescimento da raiz. Nesse período as plantas a pleno luz e sob 50% de sombreamento e irrigadas diariamente apresentaram maior porcentagem de micorrização.
Referências
Amo-Rodrigues S & Gomez-Pompa A (1979) Clave para plántulas y estados juveniles de espécies primárias de una selva alta perinnifolia en Veracruz, México. Biotropica, 4: 58-108.
Arnon DI (1949) Copper enzymes in isolated chloroplast polyphenoloxidase in Beta vulgaris. Plant Physiology, 24:1-15.
Beltrano J & Ronco MG (2008) Improved tolerance of wheat plants (Triticum aestivum L.) to drought stress and rewatering by the ar-buscular mycorrhizal fungus Glomus claroideum: Effect on growth and cell membrane stability. Brazilian Journal of Plant Physiology, 20: 29-37
Brzostek ER, Gragoni D, Schmid HP, Rahman AF, Smis D, Wayson CA, Johnson DJ & Phillips RP (2014) Chronic water stress reduces tree growth and the carbon sink of deciduous hardwood forests. Global Change Biology, 20: 2531–2539.
Caron BO, Souza VQ, Cantarelli EB, Manfron PA, Behling A & Eloy E (2010) Crescimento em viveiro de mudas de Schizolobium parahyba (Vell.) S.F.Blake, submetidas a níveis de sombreamento. Ciência Florestal, 20: 663-689.
Ferri CP (2004) Narrow band spectral indexes for chlorophyll determination in soybean canopies. Brazilian Journal of Plant Physiology, 16:131-136.
Ferreira WN, Zandavalli RB, Bezerra AME & Medereiros filho S (2012) Crescimento inicial de Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke (Mimosaceae) e Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var. cebil (Griseb.) Altshul (Mimosaceae) sob diferentes níveis de sombreamento. Acta Botanica Brasilica, 26: 408-414.
Giovanetti M & Mosse B (1980) An evaluation of techniques for measuring vesicular–arbuscular mycorrhizal infection in roots. New Phytologist, 84:489–500.
Gonçalves JFC, Silva CEM & Guimarães DG (2009) Fotossíntese e potencial hídrico foliar de plantas jovens de andiroba submetidas à deficiência hídrica e à reidratação. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 44: 8-14.
Mendes HSJ, De Paula NF, Scarpinatti EA & De Paula RC. (2013) Respostas fisiológicas de genótipos de Eucalyptus grandis x E. urophylla à disponibilidade hídrica e adubação potássica. Cerne, 19: 603-611.
Li T, Huang L-X, Yi L, Hong L, Shen H, Ye W-H & Wang Z-M (2016) Comparative analysis of growth and physiological traits between the natual hybrid Sphagneticola trilobata x calendulacea and its parental species. Nordic Journal of Botany. 34: 219–227.
Moreira FMS & Siqueira JO (2006) Microbiologia e bioquímica do solo. 2ª ed. Lavras, Editora da UFLA. 729p..
Oliveira DMT (2001) Morfologia comparada de plântulas e plantas jovens de leguminosas arbóreas nativas: espécies de Phaseoleae, Sophoreae, Swartzieae e Tephrosieae. Revista Brasileira de Botânica, 24: 85 - 97.
Panarari RS, Prioli AJ, Prioli MAP, Souza MC, Oliveira AV, Boni TA, Lucio LC & Prioli LM (2004). Molecular polymorphism in Lonchocarpus cultratus (Fabaceae) from riparian areas of natural reforesting in Upper Paraná River, Brazil. Acta Scientiarum. Biological Sciences, 26: p. 335-341.
Pastorini LH, Romagnolo MB, Barbeiro C, Guerreiro RGO, Costa PM, Sert MA & Souza LA (2016) Germinação e crescimento de Machaerium brasiliense Vogel (Fabaceae) em casa de vegetação. Floresta, 46: 83 – 92.
Phillips JM & Hayman DS (1970) Improved procedures for clearing roots and staining parasitic and vesicular-arbuscular mycorrhizal fungi. New Phytologist,124: 481-488.
Ramos MLG, Parsons R, Sprent JI & James EK (2003) Effect of water stress on nitrogen fixation and nodule structure of common bean. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 38: 339-347.
Rawat JM, Rawat B, Tewari A, Joshi S, Nandi SK, Palni LM & Prakash A (2017) Alterations in growth phtosynthetic activity and tissue-water relations of tea clones in response to different soil moisture content. Trees, 31: 941-952.
Rego GM & Possamai E (2006) Efeito do sombreamento sobre o teor de clorofila e crescimento inicial do Jequitibá-rosa. Boletim de Pesquisa Florestal, 53: 179-194.
Silva BMS, Lima JD, Danta VAV, Moraes WS & Sabonaro DZ (2007) Efeito da luz no crescimento de mudas de Hymenaea parvifolia Huber. Revista Árvore, 30: 166-169.
Souza LA & Oliveira JHG (2004) Morfologia e anatomia das plântulas de Tabebuia avellanedae Lor. ex Griseb e T. chrysotricha (Mart. ex Dc.) Standl. (Bignoniaceae). Acta Scientiarum. Biological Sciences, 26: 217-226.
Smith SE & Read DJ (2008) Mycorrhizal symbiosis. 3rd Edition. New York, Academic Press. 787p.
Souza VC & Lorenzi H (2005) Botânica sistemática: Guia ilustrado para identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa, Instituto Plantarum. 640p.
Swaine MD & Whitmore TC (1988) On the definition of ecological species groups in tropical rain forests. Vegetatio, 75: 81-86.
Taiz L & Zeiger E (2009) Fisiologia Vegetal. 4ª. ed. Porto Alegre, Artmed. 819p.
Tang H, Hu, YY, Yu W-W, Song LL & Wu, J-S (2015) Growth, photosynthetic and physiological responses of Torreya grandis seedlings to varied light environments. Trees, v: 1011-1022.