Crescimento de Lonchocarpus cultratus (Vell.) A.V.G. Azevedo & H.C. Lima (Fabaceae) mantidos em diferentes condições de sombreamento e disponibilidade hídrica

Autores

  • Caroline Barbeiro Universidade Estadual de Maringá
  • Mariza Barion Romagnolo Universidade Estadual de Maringá
  • Rosilaine Carrenho Universidade Estadual de Maringá
  • Lindamir Hernandez Pastorini Universidade Estadual de Maringá

Palavras-chave:

área foliar, clorofila, colonização micorrízica, massa seca, nodulação

Resumo

Dentre os fatores ambientais, a luz e a disponibilidade hídrica são alguns dos fatores que mais influenciam o crescimento e desenvolvimento das plantas. A capacidade de aclimatação ao sombreamento e tolerância a períodos secos pode ser verificada através da avaliação dos parâmetros de crescimento. Lonchocarpus cultratus, conhecido com embira – sapo é uma espécie arbórea, heliófita, abundante em diversas áreas do sul e sudeste do Brasil. Com o objetivo de avaliar o crescimento de L. cultratus em diferentes níveis de sombreamento e disponibilidade hídrica foi conduzido experimento em casa de vegetação, no qual as plantas foram mantidas em plena luz (PL) e a 50% e 80% de sombreamento e sob duas condições de disponibilidade hídrica (irrigação diária - ID e duas vezes por semana - NID). Foram avaliados aos 30, 60 e 90 dias após a emergência (DAE), os parâmetros altura, comprimento da raiz, massa seca das folhas, do caule e da raiz e quantificou-se o teor de clorofila a, b e total, além da colonização micorrízica e nodulação. Observou-se a morte de plantas jovens mantidas a PL+NID, logo no início de seu crescimento. Aos 90 DAE observou-se maior altura e menor massa seca da raiz das plantas mantidas sob 80%ID, evidenciando estiolamento das plantas devido à redução da intensidade luminosa, e maior investimento da planta na parte aérea, diminuindo o crescimento da raiz. Nesse período as plantas a pleno luz e sob 50% de sombreamento e irrigadas diariamente apresentaram maior porcentagem de micorrização.

Biografia do Autor

Caroline Barbeiro, Universidade Estadual de Maringá

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia Comparada da Universidade Estadual de Maringá. Tem experiência na área de fisiologia vegetal.

Mariza Barion Romagnolo, Universidade Estadual de Maringá

Doutora em Ciências Ambientais. Docente do departamento de Biologia da Universidade Estadual de Maringá. Tem experiência na área de florística e taxonomia vegetal.

Rosilaine Carrenho, Universidade Estadual de Maringá

Doutora em Biologia Vegetal. Docente do Departamento de Biologia da Universidade Estadual de Maringá. Tem experiência no estudo da colonização e dependência micorrízica.

Lindamir Hernandez Pastorini, Universidade Estadual de Maringá

Docente do Departamento de Biologia da Universidade Estadual de Maringá, PR. Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Biologia Comparada da UEM. Atua na área de fisiologia vegetal, realizando pesquisas com germinação e crescimento inicial de espécies florestais nativas.

Referências

Amo-Rodrigues S & Gomez-Pompa A (1979) Clave para plántulas y estados juveniles de espécies primárias de una selva alta perinnifolia en Veracruz, México. Biotropica, 4: 58-108.

Arnon DI (1949) Copper enzymes in isolated chloroplast polyphenoloxidase in Beta vulgaris. Plant Physiology, 24:1-15.

Beltrano J & Ronco MG (2008) Improved tolerance of wheat plants (Triticum aestivum L.) to drought stress and rewatering by the ar-buscular mycorrhizal fungus Glomus claroideum: Effect on growth and cell membrane stability. Brazilian Journal of Plant Physiology, 20: 29-37

Brzostek ER, Gragoni D, Schmid HP, Rahman AF, Smis D, Wayson CA, Johnson DJ & Phillips RP (2014) Chronic water stress reduces tree growth and the carbon sink of deciduous hardwood forests. Global Change Biology, 20: 2531–2539.

Caron BO, Souza VQ, Cantarelli EB, Manfron PA, Behling A & Eloy E (2010) Crescimento em viveiro de mudas de Schizolobium parahyba (Vell.) S.F.Blake, submetidas a níveis de sombreamento. Ciência Florestal, 20: 663-689.

Ferri CP (2004) Narrow band spectral indexes for chlorophyll determination in soybean canopies. Brazilian Journal of Plant Physiology, 16:131-136.

Ferreira WN, Zandavalli RB, Bezerra AME & Medereiros filho S (2012) Crescimento inicial de Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke (Mimosaceae) e Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var. cebil (Griseb.) Altshul (Mimosaceae) sob diferentes níveis de sombreamento. Acta Botanica Brasilica, 26: 408-414.

Giovanetti M & Mosse B (1980) An evaluation of techniques for measuring vesicular–arbuscular mycorrhizal infection in roots. New Phytologist, 84:489–500.

Gonçalves JFC, Silva CEM & Guimarães DG (2009) Fotossíntese e potencial hídrico foliar de plantas jovens de andiroba submetidas à deficiência hídrica e à reidratação. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 44: 8-14.

Mendes HSJ, De Paula NF, Scarpinatti EA & De Paula RC. (2013) Respostas fisiológicas de genótipos de Eucalyptus grandis x E. urophylla à disponibilidade hídrica e adubação potássica. Cerne, 19: 603-611.

Li T, Huang L-X, Yi L, Hong L, Shen H, Ye W-H & Wang Z-M (2016) Comparative analysis of growth and physiological traits between the natual hybrid Sphagneticola trilobata x calendulacea and its parental species. Nordic Journal of Botany. 34: 219–227.

Moreira FMS & Siqueira JO (2006) Microbiologia e bioquímica do solo. 2ª ed. Lavras, Editora da UFLA. 729p..

Oliveira DMT (2001) Morfologia comparada de plântulas e plantas jovens de leguminosas arbóreas nativas: espécies de Phaseoleae, Sophoreae, Swartzieae e Tephrosieae. Revista Brasileira de Botânica, 24: 85 - 97.

Panarari RS, Prioli AJ, Prioli MAP, Souza MC, Oliveira AV, Boni TA, Lucio LC & Prioli LM (2004). Molecular polymorphism in Lonchocarpus cultratus (Fabaceae) from riparian areas of natural reforesting in Upper Paraná River, Brazil. Acta Scientiarum. Biological Sciences, 26: p. 335-341.

Pastorini LH, Romagnolo MB, Barbeiro C, Guerreiro RGO, Costa PM, Sert MA & Souza LA (2016) Germinação e crescimento de Machaerium brasiliense Vogel (Fabaceae) em casa de vegetação. Floresta, 46: 83 – 92.

Phillips JM & Hayman DS (1970) Improved procedures for clearing roots and staining parasitic and vesicular-arbuscular mycorrhizal fungi. New Phytologist,124: 481-488.

Ramos MLG, Parsons R, Sprent JI & James EK (2003) Effect of water stress on nitrogen fixation and nodule structure of common bean. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 38: 339-347.

Rawat JM, Rawat B, Tewari A, Joshi S, Nandi SK, Palni LM & Prakash A (2017) Alterations in growth phtosynthetic activity and tissue-water relations of tea clones in response to different soil moisture content. Trees, 31: 941-952.

Rego GM & Possamai E (2006) Efeito do sombreamento sobre o teor de clorofila e crescimento inicial do Jequitibá-rosa. Boletim de Pesquisa Florestal, 53: 179-194.

Silva BMS, Lima JD, Danta VAV, Moraes WS & Sabonaro DZ (2007) Efeito da luz no crescimento de mudas de Hymenaea parvifolia Huber. Revista Árvore, 30: 166-169.

Souza LA & Oliveira JHG (2004) Morfologia e anatomia das plântulas de Tabebuia avellanedae Lor. ex Griseb e T. chrysotricha (Mart. ex Dc.) Standl. (Bignoniaceae). Acta Scientiarum. Biological Sciences, 26: 217-226.

Smith SE & Read DJ (2008) Mycorrhizal symbiosis. 3rd Edition. New York, Academic Press. 787p.

Souza VC & Lorenzi H (2005) Botânica sistemática: Guia ilustrado para identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa, Instituto Plantarum. 640p.

Swaine MD & Whitmore TC (1988) On the definition of ecological species groups in tropical rain forests. Vegetatio, 75: 81-86.

Taiz L & Zeiger E (2009) Fisiologia Vegetal. 4ª. ed. Porto Alegre, Artmed. 819p.

Tang H, Hu, YY, Yu W-W, Song LL & Wu, J-S (2015) Growth, photosynthetic and physiological responses of Torreya grandis seedlings to varied light environments. Trees, v: 1011-1022.

Publicado

2018-12-20

Edição

Seção

FISIOLOGIA E MORFOLOGIA APLICADAS À AGRICULTURA