ASPECTOS CLÍNICOS E MORFOFISIOLÓGICOS DO JOELHO DE RATOS APÓS IMOBILIZAÇÃO PROLONGADA E REMOBILIZAÇÃO./ CLINICAL AND MORPHOPHISIOLOGICAL ASPECTS OF THE RAT KNEE JOINT AFTER IMMOBILIZATION AND REMOBILIZATION
Abstract
O objetivo deste trabalho foi avaliar os aspectos clínicos e morfofisiológicos da articulação do joelho de ratos após imobilização prolongada e remobilização com atividade livre e natação. Trinta e quatro ratos adultos machos (Wistar) foram alocados aleatoriamente em quatro grupos: sem imobilização, grupo de controle (G1, n = 4); com imobilização (G2, n = 10); com imobilização e remobilização com atividade livre (G3, n = 10); com imobilização e remobilização com atividade livre e natação (G4, n = 10). Os animais tiveram o joelho direito imobilizado por 45 dias. Os ratos do G2 foram eutanasiados após o período de imobilização, juntamente com os do G1. Após o período de imobilização, os animais do G3 movimentaram-se livremente em suas respectivas gaiolas e os do G4, além da movimentação na gaiola, foram submetidos a um programa de natação por 5 semanas, sendo todos eutanasiados em seguida. Durante o período de remobilização, o G3 e o G4 foram submetidos à avaliação clínica da marcha. Após o sacrifício, a resistência à flexão articular do joelho direito de todos os animais foi avaliada e cortes histológicos da cápsula articular, da cartilagem e do osso subcondral foram feitos. Os resultados mostraram que os animais do G4 apresentaram melhor evolução na marcha, nos cinco primeiros dias, em relação àqueles do G3. Após este período, a evolução na marcha foi similar em G3 e G4. Os animais do G2 apresentaram rigidez articular, enquanto os de G3 e G4 mantiveram o movimento próximo ao normal. A análise histológica mostrou que a imobilização promoveu aumento da espessura da cápsula articular, evidenciada pela presença do tecido conjuntivo fibroso substituindo o tecido adiposo no G2, mas em menor proporção em G3 e G4. Pela análise da cartilagem articular e do osso subcondral, pode-se observar que a imobilização determinou perda de proteoglicanos da matriz cartilaginosa, aumento do número de condrócitos, que ficaram dispostos de forma irregular, aumento da espessura da cartilagem calcificada, irregularidade da superfície articular, proliferação de tecido conjuntivo no espaço intra-articular e aumento da espessura do osso subcondral. Os animais do G3 apresentaram maior número de alterações tanto na cartilagem articular como no osso subcondral, quando comparados com os do G4. A imobilização degenerou as células sinoviais, indicando diminuição da produção de fluido sinovial e redução do suprimento nutricional à cartilagem. Tanto a atividade livre na gaiola quanto sua associação com a natação influenciaram positivamente o retorno das condições morfológicas da cápsula.