Manejo de plantas de cobertura antecessoras à cultura da soja em plantio direto

Resumo

O sistema de plantio direto tem como premissa a presença de cobertura sobre o solo; todavia, sua formação e manutenção têm sido um desafio em condições edafoclimáticas do cerrado brasileiro. Com o objetivo de avaliar o efeito de plantas de cobertura do solo sobre atributos físicos e cobertura do solo e sobre a emergência de plantas daninhas, foram avaliados três tipos de coberturas vegetais do solo antecedendo à cultura da soja em plantio direto: 1) milheto; 2) pousio com alta densidade de plantas daninhas cobrindo a área durante a entressafra (ADPD); e 3) pousio com baixa densidade de plantas daninhas cobrindo a área durante a entressafra (BDPD). Para o manejo das coberturas vegetais, utilizou-se a dessecação com o herbicida glifosate, sendo o plantio da soja realizado sete dias após a dessecação. As avaliações da percentagem de cobertura do solo e a fitomassa seca remanescente sobre o solo foram realizadas aos 0, 20, 35, 50 e 65 dias após a dessecação (DAD). Aos 20 DAD foram determinadas a densidade, macro e microporosidade do solo nas profundidades de 0-10 e 10-20 cm e a resistência do solo à penetração até a profundidade de 40 cm. As plantas daninhas emergidas foram quantificadas aos 25 DAD. Maior cobertura do solo e produção de fitomassa foi propiciada pela cobertura ADPD, não diferindo daquelas promovidas pelo milheto. A cobertura com o milheto proporcionou menor resistência do solo à penetração, menor densidade e maior macroporosidade do solo. As coberturas ADPD e BDPD apresentaram relação micro/macroporos maior que dois. A cobertura ADPD resultou em maior número de plantas daninhas emergidas durante o ciclo da cultura da soja. Quando se associou proteção do solo e supressão de plantas daninhas, o milheto teve melhor desempenho que as demais coberturas.