Efeitos da densidade de plantio e da adição de nutrientes na produção de mudas de gramas halófitas em recipientes
Keywords:
fertilização, perfilhamento, halófita, propagação vegetativaAbstract
As gramas halófitas Spartina alterniflora e Spartina densiflora são espécies bioengenheiras, que podem serutilizadas para mitigação de áreas degradadas de marismas e manguezais, para o controle da erosão costeira e para
estabilização de dragado depositado em regiões estuarinas e costeiras. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos
da densidade de plantio e da adubação com nitrogênio (N) e fósforo (P) sobre mudas de propagação vegetativa destas
duas espécies, crescendo em bandejas (0,15 m2; 7500 cm3). Para isto, foram realizados em estufa agrícola, não climatizada,
dois experimentos nos anos de 2009 e 2011. Em 2009, apenas S. alterniflora foi cultivada, em duas densidades de
plantios (133 e 400 mudas m-2) e com dois níveis de adição de nutrientes (sem adubação e com adição total de 50,8 gN
m-2 e 16 gP m-2). Em 2011, bandejas com 80 mudas m-2 de ambas as espécies foram adubadas com razões 2N:1P, 6N:1P,
10N:1P e 14N:1P (adição total de 115 gN m-2). A adubação com NP estimulou a formação foliar e, em recipientes
fertilizados, o número médio de hastes de S. alterniflora, após 80 dias, foi o dobro do observado nos recipientescontrole.
Entretanto, densidades iniciais de 400 ou mais hastes m-2 nas bandejas resultaram em alongamento vertical
excessivo das hastes de S. alterniflora (cerca de 100 cm de altura), o que prejudica o manuseio e o plantio. A adubação
com razão 2N:1P resultou em melhor perfilhamento de ambas as espécies.
References
Adam P (1990) Saltmarsh Ecology. New York, Cambridge University Press. 461p.
Boyer KE & Zedler JB (1998) Effects of nitrogen additions on the vertical structure of a constructed cordgrass. Ecological Applications, 8(3):692-705.
Broome SW, Seneca ED & Woodhouse Jr WW (1983) The effects of source, rate and placement of nitrogen and phosphorus fertilizers on growth of Spartina alterniflora transplants in North Carolina. Estuaries, 6(3):212-226.
Buresh RJ, Delaune RD & Patrick Jr (1980) Nitrogen and phosphorus distribution utilization by Spartina alterniflora in a Louisiana gulf coast marsh. Estuaries, 3(2):111-121.
Castillo JM, Redondo S, Wharmby C, Figueroa ME, Luque T, Castellanos EM & Davy, AJ (2005) Environmental Determination of Shoot Height in Populations of the Cordgrass Spartina maritima. Estuaries, 28(5):761-766.
Cecato U, Skrobot VD, Fakir GR, Branco AF, Galbeiro S & Gomes JAN (2008) Perfilhamento e características estruturais do capim-Mombaça, adubado com fontes de fósforo, em pastejo. Acta Scientiarum Animal Sciences, 30(1):1-7.
Chung CH (2004) Forty years of ecological engineering with Spartina plantations in China. Ecological Engineering, 27(1):49–57.
Copertino M, Costa CSB & Seeliger U (1997) Dinâmica populacional de Spartina alterniflora em pântanos salgados do estuário da Lagoa dos Patos, Rio Grande, RS. In: VIII Seminário Regional de Ecologia, São Carlos. Anais, Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Renováveis UFSCar, 295 - 312
Costa CSB & Seeliger U (1988) Demografia de folhas de Spartina ciliata Brong. em dunas e brejos costeiros. Revista Brasileira de Botânica,11:85-94.
Costa CSB (2011a) Restoration of coastal salt marshes in Brazil using native salt marsh plants. In: Greipsson S (Ed.) Restoration Ecology. Sudbury (MA. U.S.A.), Jones and Bartlett Publishers, 333-338.
Costa CSB (2011b) Projeto de recuperação de marismas. In: Tagliani PRA, Asmus ML (Eds.) Manejo integrado do estuário da Lagoa dos Patos: uma experiência de gerenciamento costeiro no sul do Brasil. Rio Grande (RS), Editora da FURG, 179-187.
Costa CSB & Davy AJ (1992) Coastal saltmarsh communities of Latin America. In: Seeliger U (Ed.) Coastal plant communities of Latin America. San Diego (USA), Academic Press Inc., 179-198.
Costa CSB, Marangoni JC & Azevedo AMG. (2003) Plant zonation in irregularly flooded salt marshes: relative importance of stress tolerance and biological interactions. Journal of Ecology, 91(6):951-965.
Costa CSB, Mendonça PTM & Marangoni JC (2012) Criação de uma marisma em uma enseada estuarina no sul do Brasil utilizando sedimento dragado. In: VII Simpósio Brasileiro de Engenharia Ambiental (VII SBEA), Criciúma (SC). Anais, Associação Brasileira de Engenharia Ambiental – ASBEA, 960 – 969.
Costa CSB, Iribarne OO & Farina JM (2009) Human impacts and threats to the conservation of South American salt marshes. In: Silliman BR, Grosholtz T, & Bertness MD (Eds.) Salt marshes under global siege. Berkeley, University of California Press, 337-359.Daleo P, Alberti J, Canepuccia A, Escapa M, Fanjul E, Silliman, BR, Bertness, MD & Iribarne O (2008) Mycorrhizal fungi determine salt-marsh plant zonation depending on nutrient supply. Journal of Ecology, 96: 431–437.Deng Z, Shuqing A, Zhao C, Chen L, Zhou C, Zhi Y & Li H (2008) Sediment burial stimulates the growth and propagule production of Spartina alterniflora Loisel. Estuarine, Coastal and Shelf Science, 76:818-826.
Emery NC, Ewanchuk PJ & Bertness MD (2001) Competition and salt-marsh plant zonation: stress tolerators may be dominant competitors. Ecology, 82: 2471–2485.
Gomes-Neto A & Costa CSB (2009) Survival and growth of the dominant salt marsh grass Spartina alterniflora in an oil industry saline wastewater. International Journal of Phytoremediation, 11:640-650.
Gusewell S (2004) N:P ratios in terrestrial plants: variation and functional significance. New Phytologist, 164:243–266.Levine JM, Brewer JS & Bertness MD (1998) Nutrients, competition and plant zonation in a New England salt marsh. Journal of Ecology, 86:285-292.
Marangoni JC (2001) Interação competitiva e habilidade colonizadora das plantas dominantes de uma marisma irregularmente inundada no estuário das Lagoa dos Patos (RS, Brasil). Tese de Doutorado. Oceanografia Biológica. Universidade Federal do Rio Grande - FURG, 169p.
Marangoni JC & Costa CSB (2012) Short- and long-term vegetative propagation of two Spartina species on a salt marsh in southern Brazil. Estuaries and Coasts, 35:763-773.
Mendelssohn IA (1979) The influence of nitrogen level, form, and application method on the growth response of Spartina alterniflora in North Carolina. Estuaries, 2(2):106-112.
Mendonça PTM & Costa CSB (2008) Efeitos da disponibilidade de nitrogênio e fósforo
no estabelecimento de Spartina alterniflora em um plano entremarés irregularmente alagado. Neotropical Biology and Conservation, 3(3):135-148.
Nieva FJJ, Diaz-Espejo A, Castellanos EM & Figueiroa ME (2001) Field variability of invading populations of Spartina densiflora Brong. in different habitats of the Odiel marshes (SW Spain). Estuarine, Coastal and Shelf Science, 52: 515–527.
Peixoto AR & Costa CSB (2004) Produção primária líquida aérea de Spartina densiflora Brong. (Poacea) no estuário da Lagoa dos Patos, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheríngia Série Botânica., 59(1):27-34.
Pennings SC, Stanton, LE & Brewer, JS (2002) Nutrient effects on the composition of salt marsh plant communities along the southern Atlantic and Gulf coasts of the United States. Estuaries, 25 (6A):1164–1173.
Rickey M & Anderson RC (2004) Effects of nitrogen addition on the invasive grass Phragmites australis and a native competitor Spartina pectinata. Journal of Applied Ecology, 41:888-896.
Ristvey AG, Lea-Cox JD & Ross DS (2007) Nitrogen and phosphorus uptake efficiency and partitioning of container-grown azálea during spring growth. Journal of American Society for Horticultural Science, 132(4):563–571. Smart CM (1994) Gene expression during leaf senescence. New Phytologist, 126:419-448.
Smart RM & Barko JW (1980) Nitrogen nutrition and salinity tolerance of Distichlis spicata and Spartina alterniflora. Ecology, 61(3):630-638.Zar, JH (1999) Biostatistical analysis. Nova Jersey, Prentice-Hall Inc., 718 p.