Sensibilidade diferencial ao herbicida glyphosate e capacidade de rebrota de populações de capim-amargoso
Palavras-chave:
Controle químico, Digitaria insularis, dose-resposta, resistência.Resumo
Dentre as plantas daninhas comprovadas resistentes ao glyphosate, destaca-se a espécie Digitaria insularis. Nesse sentido, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de demonstrar que a sensibilidade diferencial de diferentes populações de D. insularis ao glyphosate é consequência do histórico de controle químico adotado nas áreas agrícolas. Em sete populações foram analisadas a eficiência no controle e capacidade de rebrota do capim-amargoso ao glyphosate. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso em esquema fatorial 7 x 10, com quatro repetições. O fator principal foi composto por sete populações de diferentes localidades do sudeste goiano e o fator secundário testou dez doses de glyphosate (0, 0,11, 0,21, 0,42, 0,84, 1,68, 3,36, 6,72, 13,44 e 26,88 kg e.a. ha-1). O capim-amargoso apresentou sensibilidade diferencial ao glyphosate, relacionado ao histórico de controle químico das áreas agrícolas. As populações 1, 2, 4, 6 e 7 oriundas das áreas onde se recomenda há pelo menos cinco safras, glyphosate associado com os herbicidas inibidores da ACCase, ainda foram eficientemente controladas pelo glyphosate, exigindo doses inferiores a 1,68 kg e.a. ha-1 para 80% de controle (ED80) ou redução da matéria seca da parte aérea (GR80). Para as populações 3 e 5, consideradas as menos sensíveis ao glyphosate, os parâmetros ED80 ou GR80 foram obtidos apenas com doses superiores a 1,68 kg e.a. ha-1. A análise discriminante confirmou a resposta diferencial ao glyphosate com formação de três grupos baseado na sensibilidade ao herbicida. As populações menos sensíveis ao glyphosate apresentaram maior capacidade de rebrota das plantas.Referências
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